quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Momentos da Vida - Parte 31

Ficamos no Osmet por mais ou menos uma meia hora, Ana e Vitor ficavam trocando olhares e sorrisos enquanto nós duas conversávamos, e alguma vezes eu tive que lembrar-la de que eu estava ali.
Quando fomos embora, ela olhou por sobre o ombro algumas vezes e eu a vi sorrir pra si mesma quando Vitor mandou um beijo soprado pra ela.
Ana ligou pra sua mãe e foi embora depois de insistir em me dar uma carona. E eu ter decidido não voltar ainda e recusar a carona.
Eu particularmente tinha gostado daquela praia perto da casa do Vitor, e naquele momento senti uma vontade de estar lá novamente. Como tinha a tarde toda livre, procurei em minha bolsa por algum dinheiro e segui até o ponto de ônibus. Enquanto eu sentava em um dos vários bancos disponíveis, peguei meu celular e liguei pra minha mãe pra avisar que não voltaria ainda pra casa.
Depois de mais ou menos uma hora passeando pelas ruas da cidade, o ônibus chegou ao ponto, bem na frente da praia, do outro lado da cidade. Eu desci do ônibus e tirei meus tênis, e fui caminhando pela areia até onde as pequenas ondas quebravam.
Fui andando pela costa, deixando que a água molhasse meus pés, e não pude conter o pensamento sobre a noite passada ali.
Por mais que eu lutasse contra aquilo, era tudo verdade. Mesmo tendo passado dois meses desde aquele sábado, eu continuava desejando que o Léo ainda fosse meu. Eu continuava, mesmo que escondido de mim mesma, amando ele.
Se eu quisesse namorar Léo de novo, bastava ligar pra ele e pedir pra nos encontrarmos. Ele ainda queria isso, ele havia deixado claro que ainda me amava. Mas o fato é que, mesmo que eu ainda o amasse, mesmo que eu desejasse que nada disso tivesse acontecido, eu não conseguia simplesmente esquecer, e voltar com ele como se nada tivesse acontecido. Querendo ou não, Léo tinha sim me traído, e isso tinha sim algum significado. E por mais que talvez quisesse perdoá-lo, eu não podia. Simplesmente não podia.
E sim, eu gostava de Gabriel, talvez muito, mas isso não mudava nada dentro de mim. Eu queria poder apagar Léo de minha mente, e ter apenas um garoto nela, Gabriel. Mas não conseguia.
O toque do meu celular me arrancou do mar de reflexões, e me fez pular com o susto. Era Ana.
- Le onde você ta?
- To na praia.
- O QUE?
- To na praia, perto da casa do Vitor.
- Você foi até a casa dele?
- Não.
- Então porque ta ai?
- Eu vim na praia só, gostei daqui.
Ela riu.
- Que foi?
- Nada. Eu fiquei preocupada, já fazem duas horas que fui embora e sua mãe me disse que você ainda não voltou pra casa.
-Eu sei, é porque eu to na praia. Eu a avisei.
- Então ta, só queria saber se você esta bem.
- Estou.
- Então ta, beijo.
Desliguei o celular e tentei pensar em algo louco pra resolver todos os sentimentos confusos dentro de mim. Nada.
Peguei o ônibus e voltei pra casa.
(continua)

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